CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICA DA CASA DO INFANTE

A maior parte dos edifícios nobres de Ferreira do Alentejo foi erguida por duas das mais poderosas famílias locais, os Pessanhas e os Vilhenas, e apenas a partir do século XIX, quando a vila conhecia uma época de grande desenvolvimento económico, baseado na indústria vinícola. Localizavam-se em torno do Rossio da vila, nas proximidades dos antigos Paços do Concelho e da Igreja Matriz de Ferreira.

Entre estes conta-se a casa sita no Largo de D. Luís Maldonado Vivião Passanha, antigo Largo do Ferro de Engomar, mandada construir na década de 1930 por D. Diogo de Vilhena Maldonado Pessanha, segundo projecto do Arquitecto Vasco Regaleira (ESPANCA, Túlio, 1992). Bem de acordo com a maior parte da obra de Regaleira, um dos “arquitectos oficiais” do Estado Novo, o prédio, neo-manuelino, revela marcas da influência da teoria da “casa portuguesa”, preconizada por Raul Lino.

Integra elementos muito diversos, dos quais os mais relevantes serão alguns silhares de azulejos, de fabricação tardo-maneirista, talvez oriundos da Real Fábrica do Rato (Idem, ibidem).

Estes vieram de um palacete da antiga Rua de Alconchel (actual Rua de Serpa Pinto), em Évora, moradia dos Infantes de Lacerda Reboredo ou Condes da Costa, cujos últimos titulares eram Francisco Guedes de Carvalho e Meneses da Costa, também Visconde de Guedes, e D. Maria Luísa Infanta Pessanha, morgada de S. Vicente de Ferreira do Alentejo (ESPANCA, Túlio, 1975). Os azulejos provinham, desta forma, de outra moradia da mesma família. Aplicados em duas salas do andar principal, constam de diversos painéis legendados em latim, envolvidos por “delicadas grinaldas de flores, albarradas e cariátides, segundo desenho pouco corrente na época, datáveis dos derradeiros tempos de D. Maria I (c.ª de 1800)” (ESPANCA, Túlio, 1992).

No ano de 1975, foi adquirida pela família Aniceto onde até então, permanece. Foi classificada como Imóvel de Interesse Municipal, em 2003. (Aviso nº.7515/2003, DR. 2.ª, nº 225, AP. Apêndice Nº 147, de 29-09-2003).

Bibliografia

Título “Inventário Artístico de Portugal – Distrito de Beja, Vol. XII»

Reserve já a sua estadia

Excelente localização: os hóspedes recentes deram uma pontuação alta (9,3)